quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vini e os impulsos

Sabe quando seus instintos te dominam e suas vontades ocultas falam mais alto do que qualquer coisa que você possa ouvir?

Estávamos sentados no lugar habitual - como manda a cartilha de todo metódico, as mãos dadas mostravam toda nossa crescente intimidade. O que atrapalhava um pouco era aquela iluminação muito forte, que fazia questão de enfatizar tudo aquilo que o photoshop trabalhou muito pra esconder. Se por um lado isso era péssimo, por outro nos dava mais cumplicidade, pois nos colocava na mesma situação, lá estávamos nós dois com a cara (não-photoshopada) e a coragem, numa honestidade estética admirável.

Apesar de toda essa luz, o clima ficava cada vez mais agradável e convidativo, e as mãos continuavam juntas se acariciando, cada vez mais unidas e acostumadas uma com a presença da outra. Mas infelizmente todo esse momento foi quebrado graças a um carro que passou com o som altíssimo e quis incluir forçosamente uma trilha sonora pro nosso romancezinho, mas a música que diz "chupa que é de uva" não foi muito adequada. Ok, superamos isso e em pouco tempo conseguimos voltar ao nosso namorico a moda antiga.

Mão com mão, os olhos começavam a se encarar, mas a timidez me fez desviar bruscamente fazendo olhar para sua testa e fiquei assim por alguns instantes preciosos, voltamos a nos olhar nos olhos, mas novamente tive que olhar para outro lugar. Eis que dominado pelos meus instintos, me aproximo um pouco mais, coloco minhas mãos em seu rosto e com meus polegares firmes, pressiono aquele cravo que insistia em prender minha atenção.

A julgar pela expressão que vi nessa hora, a minha atitude quebrou mais o clima do que o carro com a música alta, mas nada que causasse muitos danos, pois tudo voltou ao normal e o que aconteceu na seqüência é assunto para outro post.